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quarta-feira, 16 de julho de 2008

São tantas perguntas sem resposta...ainda...

Mas afinal, o que ando fazendo com as minhas frustrações ? Em outros tempos, hoje percebo, que afogava meus desencantos na comida. Hoje, felizmente, já não mais; o esporte assumiu um papel muito importante na minha vida. Ainda assim, me pergunto : que desconforto estranho é esse que não me permite deprimir, chorar, ficar indignada quando percebo que não sou tratada ou respeitada como acredito merecer ? Acredito ? Mereço ? Xiii... Onde estou afogando tudo isto ? Isto me faz mais bem que mal ?

Minha vida profissional está razoavelmente organizada, em paz. Faço um trabalho que conheço bem, que gosto e com companheiros de trabalho, em sua maioria, que prezo e respeito, além de gostar tê-los perto de mim. Não, não estou exatamente infeliz no meu trabalho. Mas falta algo... Falta o tesão, o élan, aquele algo mais que nos permite sonhar, almejar objetivos além do cotidiano... Falta-me perspectiva de crescimento, de evolução. É reconhecimento ? É respeito pelo meu trabalho ? Sei não, sei que o desconforto está lá, me roubando o sorriso que boa parte dos meus amigos e colegas de trabalho prefere ver no meu semblante todos os dias. Eu também, mas não tenho sentido muita vontade de sorrir o tempo todo...

Minha vida pessoal também parece razoavelmente organizada, em paz. Meus pais estão bem, levando a vidinha deles. Meu irmão e sua nova família cada vez mais entrosados e unidos, parecem viver em harmonia. E eu ? Bem, eu...eu... eu estou aqui, ué. Sigo sozinha, é verdade, mas o coração (mais ou menos) aberto, curtindo minha vidinha razoavelmente tranqüila, saudável, aflita com as preocupações das contas a pagar, com a segurança, os afazeres domésticos, planejando meus passeios, minhas viagens, curtindo a doce companhia dos meus amigos, nada demais.

É... mas ainda falta alguma coisa... Talvez a emoção de viver uma relação afetiva de verdade. Faz tempo que não tenho um "problema" deste tipo. Será que eu estou fazendo alguma coisa para mudar esta situação ? Será que isso realmente me incomoda ? Porque me cobro tanto essa experiência de vida ? Pressa ou pressão ?

Talvez porque percebo que o tempo está passando e não sou mais uma jovenzinha... Talvez porque não imaginasse que a esta altura da vida ainda sonharia encontrar um amor de verdade, um companheiro, alguém para partilhar a vida, os amores e as dores de uma vida a dois... Quem me conhece há muito tempo, sabe bem que eu não vivi isso. Casamento é uma coisa e vida a dois é outra; às vezes, até coincide, mas não foi o meu caso. Nessas fases, aflige-me dar-me conta que ainda estou só. Recentemente até imaginei ter encontrado alguém especial, diferente dos mais comuns, mas... Talvez tenha me iludido (?!) ou me enganado (?!), misturado os sentimentos (?!), confundido os sinais (?!); quase perdi um amigo muito querido. Quem sabe teria sido melhor assim, mas como afastaria uma companhia tão doce e que me faz tão bem ? Difícil, né ?

Enfim, são tantas perguntas sem resposta, a fervilhar as minhoquinhas que habitam o meu cérebro que fico assim, meio xoxa, um pouco sem motivo para estampar meu habitual sorriso no rosto. Há os que se preocupam ao me ver ou ouvir assim (porque esse não é o meu perfil habitual) e há os que nem percebem, tamanha a correria desta vida. Nada a fazer. Os dias passam, as idéias vão se aclarando, vou encontrando as respostas que preciso e meu ânimo volta.

Precisava desabafar e este veículo é perfeito. Se você leu até aqui, eu estou de "parabéns!", pois devo ter algum talento mesmo para a comunicação escrita. E de certa maneira, sua leitura me serve de conforto, de suporte emocional, de carinho.

Obrigada !
um beijo,
Dayse

domingo, 13 de julho de 2008

domingo & Anaïs Nin

Como todos nós, às vezes, quero ficar só; em outros dias, tudo o que não quero é ficar entregue ao sabor dos meus pensamentos. Principalmente ao sair de uma semana festiva e, ao mesmo tempo, frustrante em alguns aspectos. Como minhas companhias preferidas estavam ocupadas no dia de hoje, tratei de curtir meu momento solo da melhor maneira possível.

Eis que ao colocar minha correspondência virtual em dia, percebi na mensagem de um amigo, a indicação para um blog sobre a escritora Anaïs Nin (http://annaiis.blogspot.com/). Desandei a devorá-lo. É um blog composto de vários textos que tratam da relação amorosa entre Henry Miller e Anais Nin, com vários textos de temática erótica, bem ao sabor do que gosto de ler (por vezes até de escrever...), dando asas à minha imaginação. Cada um com suas preferências e o respeito é sempre fundamental. Em muitos outros textos no blog, notei certa inquietude de pensamentos e sentimentos que até desejei (do alto da minha ousadia...risos...) que eu mesma pudesse tê-los escrito.

Veja estes dois curtinhos que selecionei :

Censurada

"Os braços foram-me tirados, cantava. Fui punida por abraçar. Abracei. Prendi nos momentos mais belos da minha vida. Fechei nas mãos a plenitude de cada hora. Os braços apertados no desejo de abraçar. Quis abraçar a luz, o vento, o sol, a noite, o mundo inteiro e quis retê-los. Quis acariciar, curar, embalar, envolver, cercar. Forcei-os e prendi de tal modo que se partiram; partiram de mim."

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Indomáveis pensamentos...

"Engulo as minhas próprias palavras. Rumino e rumino até que tudo se deteriore.Cada pensamento e cada impulso é mastigado até que se transforme em nada.Quero controlar todos os meus pensamentos de uma vez, mas eles fogem em todas as direções. Se o conseguisse seria capaz de capturar os espíritos mais sutis, como um cardume de pequenos peixes de água doce. Poderia revelar inocência e duplicidade, generosidade e cálculo, medo, covardia e coragem.Pretendo dizer toda a verdade porque, para isso, teria de ser capaz de escrever quatro páginas simultaneamente, quatro longas colunas simultâneas, quatro páginas resultando numa, e essa é a razão porque não escrevo nada. Teria para isso de escrever em reverso, voltar atrás constantemente para agarrar os ecos e os acordes."

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Hoje acordei carente de companhia. Isolei-me por vontade própria até cansar-me de mim mesma. Felizmente amanhã é outro dia. E ainda bem que tudo passa. Até mesmo esse frio...rsrs...

gostar é sentir com a alma...

“Viver uma verdadeira experiência amorosa é um dos maiores prazeres da vida. Gostar é sentir com a alma, mas expressar os sentimentos depende das idéias de cada um. Condicionamos o amor às nossas necessidades neuróticas e acabamos com ele. Vivemos uma vida tentando fazer com que os outros se responsabilizem pelas nossas necessidades enquanto nós nos abandonamos irresponsavelmente.

Queremos ser amados e não nos amamos, queremos ser compreendidos e não nos compreendemos, queremos o apoio dos outros e damos o nosso a eles. Quando nos abandonamos, queremos achar alguém que venha a preencher o buraco que nós cavamos. A insatisfação, o vazio interior se transformam na busca contínua de novos relacionamentos, cujos resultados frustrantes se repetirão.

Cada um é o único responsável pelas suas próprias necessidades. Só quem se ama pode encontrar em sua vida Um Amor de Verdade.” (Zíbia Gasparetto)