O que há em comum entre o livro “A Fera na Selva” e os filmes “Coincidências do Amor” e “O Segredo dos Seus Olhos” ? Posso arriscar várias argumentações. Por hora, vou apostar só numa : o amor na amizade e as coincidências de amor. Mas poderia falar da espera, do tempo que passa e do que acontece durante a passagem do tempo.
Quem ainda não leu o livro e nem viu estes filmes, minha redação não fará o menor sentido. Vários foram os pensamentos que me provocaram as idéias a partir do texto e dos filmes. Um deles foi sobre o que leva as pessoas a esperarem por tanto tempo para revelar / assumir aquilo que lhes vai na alma ? E porque o fazem ? Medo do julgamento alheio ? Medo de sofrer ? Medo de viver ? Ai, como sofrem e se exasperam enquanto esperam...
Há dias, meses, este texto está começado. E é refeito, corrigido, alterado. Medo. Do julgamento alheio. Sobre o quê escrevo, como escrevo. Sobre o que penso. E assim passa o tempo e este texto amadurece. Quem sabe quando irá finalmente para o blog, um espaço no qual decidi, um dia, armazenar os textos que gosto e os que escrevo, como numa modesta biblioteca virtual, onde separo e reservo o que me é especial. Mas, voltemos...
No livro, “A fera na selva’, o personagem principal espera um precioso tempo sem contudo assumir o que lhe vai ao coração tão obviamente. Ao sabor dos acontecimentos, sua vida passa. Acontecimentos abruptos tomam-lhe a vida de assalto e eis que, tarde demais, ele se dá conta do que mais lhe importava. Tarde demais...
Já no filme “O segredo dos seus olhos”, um filme argentino, com um ator argentino maravilhoso, Ricardo Darin, o personagem dele guarda para si um sentimento que teme não correspondido. 25 anos se passam até que sua verdade, seu mote de vida, pode ser, enfim, revelado. Ao desvendar-se o mistério do filme, desvenda-se o mistério da vida de seu personagem, tão lindamente aguardado e guardado por anos a fio. Felizmente, não tarde demais. Mas porque esperou tanto ? E o tanto que sofreu durante todo esse tempo, nos desencontros ? Enfim...
Por fim, no filme “Coincidências do amor”, o que começa com uma amizade sincera, entre 2 amigos que se amam, se respeitam e se querem muito bem. Ajudam-se em tudo, compreendem-se, afastam-se para cuidar do que acreditam ser seu maior objetivo na vida. Em um dado momento, pouco antes do segredo / coincidência revelar-se, a agonia vem à tona na forma mais desastrada possível. O filme até toma um ar óbvio e enfadonho, mas certamente divertido. Porque razão estes amigos esperaram tanto tempo para revelar seu amor um ao outro ? Então amigos não se amam ?
Amam-se. De maneiras diferentes, ainda que por vezes, sequer admitam. Não entendem, mas a verdade é que amam-se ! Alguém há de dizer que adoro este tema. Gosto mesmo. Sou uma romântica incorrigível, que gosta de falar e escrever sobre o amor e suas mais diversas manifestações. Se é a temática que mais me aflige, é certamente a que me move neste mundo. Acredito no amor, na sua existência, nas suas mais diversas formas – família, amigos, amantes, trabalho, lugares, musicas, livros, filmes, textos... Não abro mão deste sentimento; muito ao contrário, quanto mais velha fico, mais acredito e mais vivo de acordo com aquilo que acredito. Voltando...
Amigos se amam, se respeitam, se querem bem. Se acompanham, se ajudam, se apóiam. Se compreendem. Brigam ? Claro ! São seres diferentes, inigualáveis, com pensamentos e experiências de vida diversas, que se compõem e contrapõem. É enriquecedor ! Impressionante é o fato de passarem uma vida inteira (olha o tempo, aí !) para assumirem o amor que sentem um pelo outro... Fazer o quê, né ?
Fica então, aqui, por ultimo, uma mensagem especial aqueles a quem amo : não percam mais tempo ! Mostrem logo ao seu “objeto amado” o quanto ele/ela/aquilo é importante pra você. O sentimento é o que nos diferencia dos animais : não agimos por instinto, mas porque pensamos e sentimos. Somos os únicos seres que sabem verbalizar, demonstrar afeto, sentimento. Não permita que o tempo passe e que seu amor se afaste de você. Ainda que não correspondido... não deixe de sentir, de amar, de viver. Com verdade e convicção.
Um beijo afetuoso,
Dayse
terça-feira, 12 de outubro de 2010
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